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Projeto Terças Poéticas
(por José Aloise Bahia)

apresenta Rodrigo Starling & Alphonsus de Guimaraens na voz de Reynaldo Bessa



fotomontagem10, josealoisebahiabhzmg, 2005

O projeto de leitura, vivência coletiva e para sempre na memória Terças Poéticas - parceria da Fundação Clóvis Salgado e Suplemento Literário de Minas Gerais, apoios culturais da Rádio Inconfidência e Rede Minas de Televisão - apresenta neste início de Primavera, terça-feira, dia 27 de setembro de 2005, sempre às 18h30, nos jardins internos do Palácio das Artes, Belo Horizonte, Minas Gerais, o jovem poeta Rodrigo Starling & homenagem ao grande simbolista Alphonsus de Guimaraens - ao lado de Cruz e Souza, o "Cisne Negro", os dois maiores poetas simbolistas da História da Literatura Brasileira -, na voz do músico Reynaldo Bessa.

Para Wilmar Silva, poeta, ator e curador do projeto, divulgar Rodrigo Starling ao lado de Alphonsus de Guimaraens, celebra os diálogos das diferenças de tempo e espaço no ato poético como uma consolação para a vida e os sentidos do ser humano, um ato de natureza sublime que transcende o corpo além do verbo encarnado no espírito.

Rodrigo Starling apresentará a performance "Metamorfose Para Moças de Família", epopéia de paixões não correspondidas que servem de provocação ao sarcasmo visceral. Também nômade das artes, Starling realiza encontros imaginários entre o poeta, pintor e ilustrador inglês William Blake e o "Gênio de Praga" Franz Kafka, a partir de poemas inéditos de sua autoria. Sua vida como narrativa existencial será revelada em três atos: "Caixeiro Viajante" e "Guerreiros e Moças de Família", extraído de versos dos livros "Paz: o começo", opúsculo de estréia lançado em 2002, "Alea Jacta Est" (2003) e "Breviários do cárcere" (2004).

O mineiro Afonso Henriques da Costa Guimarães, na poesia Alphonsus de Guimaraens, nasceu em Ouro Preto no dia 24 de julho de 1870 e faleceu, subitamente do coração, em Mariana, a 15 de julho de 1921. Publicou "Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara ardente" (1899), "Dona Mística" (1899) e "Kiriale" (1902).

Os poemas "Ismália" e "Catedral" de Alphonsus de Guimaraens receberá homenagem musical de Reynaldo Bessa, cantor, compositor e violonista potiguar, residente em São Paulo, SP. A estréia de Reynaldo Bessa aconteceu em 1994 com o CD "Outros Sóis". Depois lançou "O Beco das Frutas" (1996) e o recente "Angico" (2004), indicado ao prêmio TIM de música de 2005. Atualmente, trabalha na gravação de mais um CD, com a participação especial de Rita Ribeiro. Além de ser um dos parceiros de Zé Rodrix, Bessa teve uma de suas músicas gravadas pelo grupo IRA, no acústico MTV.

ISMÁLIA - Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


José Aloise Bahia (Belo Horizonte/MG). Jornalista e escritor.
Autor de Pavios Curtos (anomelivros, 2004) e Em Linha Direta (no prelo). josealoise@aol.com


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