Luiz
- Quando se deu e como foi a descoberta pela Literatura, pela
Poesia?
GD - Creio que vem de
berço, como se diz lá no nosso Sertão de Ibititá/Irecê, nos
contrafortes da Chapada Diamantina Setentrional... O interesse
pela Literatura e pela poesia vem da forte tradição oral do
Nordeste e da cultura negra e indígena da Bahia e também por
influência destacada das cantorias, repentes, estórias, causos,
anedotas, parlendas, adivinhas, missas, cultos, procissões,
literatura de cordel e do burburinho das feiras populares
e dos empórios comerciais (vendas, bodegas, armazéns) e das
ruas, quintais e praças. O meu contato mais direto com a poesia
deu-se muito cedo, muito precoce, nos primórdios da infância,
lá pelos 3/4/5 anos, ouvindo o canto dos pássaros, das aves
e o mugido das vacas e dos bois, das cabras e ovelhas e dos
animais do Sertão de meu Deus e de todos os santos e orixás...
Ouvi muito repente, causos e estórias nas portas de casa,
das igrejas e vendas. De vez em quando os moradores arriscavam/tiravam/entoavam/puxavam
versos, pensamentos, máximas, conselhos, adágios, pensamentos,
aforismos,parlendas, anedotas e adivinhas... e eu ali pequenino
testemunhando a epopéia de um povo resistente, luminoso, valente,
corajoso e poético por natureza... No âmago dessa gente tornei-me
poeta, a palestrar com trabalhadores rurais, gente do povo,
nas roças e nas casas, nos ranchos e choupanas, nos arraiais,
vilarejos e povoados sertanejos, nos mutirões/adjutórios,
nas vaquejadas e contatos com poetas populares, contadores
de histórias, vaqueiros, feirantes, mascates, ciganos, vendedores,
tropeiros, moradores e viajantes, que embeberam-me de poesia
e do gen da literatura... Convém ressaltar as leituras do
ABC tradicional, das cartilhas, das taboadas, dos almanaques,
do Lunário Perpétuo, dos folhetos de cordel-romances-abcs,
dos catecismos, revistas da escola dominical e principalmente
da Bíblia, com os Salmos de Davi e Provérbios do grande sábio-rei
Salomão, além do Apocalipse de São João, livro repleto de
enigmas e mistérios...sem esquecer do Pentateuco de Moisés...
O Livro de Jó, o livro de Ezequiel e as profecias de Daniel.
A marcante influência bíblica deu-se nos primórdios da infância
até os 11 anos, quando comecei a frequentar a Biblioteca da
Escola Polivalente de Irecê e participei intensamente do Clube
de Leitura, inclusive como diretor e promotor de leitura.
No mesmo período fui diretor cultural e orador do centro cívico
da escola... Foi uma ótima oportunidade para ler diversos
tipos de livros: romances, poemas, contos, crônicas, ensaios,
biografias, narrativas, enciclopédias, coleções, livros infantis
e juvenis, livros didáticos, dicionários, revistas, jornais...
sempre fui um leitor contumaz, um devorador de livros. Li
a Bíblia algumas vezes. Muito apreciava a leitura de dicionários,
breviários, seletas, coletâneas, antologias diversas e a solução
de palavras cruzadas. Fui colecionador de revistas em quadrinhos/gibis
e livros de bolso, sobressaindo os de suspense, ficção científica
e de espionagem (Tudo isso dos 10 aos 15 anos). Me marcou
o livro "A Ciência e o Espaço Cósmico" e a leitura do Apocalipse.
Depois dos 15 mudei para livros de literatura, basicamente
de ficção: romance e poesia. Ouvi muitas histórias de reis,
rainhas, heróis, condes, duques, duquesas, barões, baronesas,
aventureiros, valentões (Juvenal e o Dragão), donzelas (Donzela
Teodora) revoltosos- Coluna Prestes, coronéis, jagunços, cangaceiros,
rezadeiras, benzedores, adivinhos, bêbados, feiticeiras, beatos,
romãozinho, lamentações das almas, cavaleiros, aventureiros,
Pedro Malazartes, João Grilo, Bocaje/Bocais, místicos e todos
os aspectos míticos e arquetípicos da cultura mágica e poética
do sertão nordestino, o nosso estado-país do Polígono das
Secas, habitado por aleivosias e assombrações, almas do outro
mundo e tantas crendices e lendas peculiares ao nosso destemido
e forte povo sertanejo... remanescentes de Lampião, Maria
Bonita, Corisco, Dadá, Antônio Silvino, Jesuíno Brilhante,
Quelé do Pajeú, Manoel Quirino, Horácio de Matos, Militão
Coelho, Hermógenes, Lucas de Feira, Volta Grande e do Bom
Jesus Conselheiro de Canudos e de seus seguidores e descendentes.
Luiz
- Como se deu a trajetória de um baiano de Ibititá, lá nos
cafundós do Nordeste, até chegar a presidir sindicato da categoria
em Brasília?
GD - Tudo se deu a partir
de dezembro de 1975 quando concluí o primeiro grau lá no Sertão
de Irecê, Terra do Feijão e de repente surgiu uma oportunidade
de vir para Brasília. Foi num lampejo, jogo rápido. Foi a
minha primeira grande aventura, o primeiro ato de rebeldia...vim
para um mundo desconhecido com apenas 15 anos e foi interessante,
muito instigante. Foi uma viagem e tanto... Meu Caminho de
Santiago...De Irecê a Ibititá/Recife dos Cardosos, depois
Canarana, onde pegamos uma camionete até Seabra... Quase um
pau-de arara...depois fomos num ônibus da antiga viação Paraíso,
até Barreiras...íamos com gente, bodes, galinhas e ovelhas,
uma autêntica Arca de Noé dos Sertões, em triste/feliz partida
para o desconhecido . Em Barreiras fizemos baldeação e pegamos
outro ônibus que aos trancos e barrancos nos levou até Brasília.
Foram 2 dias de viagem até aportarmos na capital federal...antes
passamos por vários sacrifícios, dificuldades e atoleiros...ainda
tinha um grande trecho de terra na BR-20-Brasília-Fortaleza,
de Barreiras até Roda Velha e de lá até Posse/Alvorada do
Norte... Foi uma autêntica aventura de um catingueiro nos
cerrados do Planalto Central... Aqui aportei no dia 22 de
dezembro de 1975, de mala e cuia, sem parente nem aderente,
sem lenço e sem documento e fui parar na Asa Norte, na 404,
próximo à UnB, onde fiquei poucos dias, indo logo depois estudar
no Colégio Agrícola de Brasília, próximo a Planaltina, Morro
da Capelinha,Vale do Amanhecer e Pedra Fundamental, depois
de passar em concurso entre os primeiros colocados, concluí
após 3 anos o Curso Técnico em Agropecuária. Era uma escola-fazenda
do MEC, de alto nível, no meio do Cerrado, aula o dia todo
e muito estudo à noite. Lá morei por 3 anos e aprendi muita
coisa. Fiz contatos com gente de todo o Brasil. Foi lá que
li muitos livros: romances, poesia, ensaios, livros técnicos,
foi um grande aprendizado para mim...a área era convidativa
para a meditação, a reflexão e a poesia... e tinha uma biblioteca
razoável, meio escondida e de difícil acesso aos livros era
tempoas de dita dura...lá conheci a obra de Rosa, Machado,
Drummond, Gibran, Jorge Amado, Graciliano, Robert Charroux,
Reich e vários livros dos modernistas e regionalistas brasileiros,
autores internacionais, científicos, espiritualistas, religiosos,
místicos e ocultistas. Depois veio a UnB - Universidade de
Brasília, o curso de Letras, os centros acadêmicos, DCE, UNE
e por fim o Sindicato dos Escritores. Fui apresentado a alguns
escritores quando estudava na UnB, no Departamento de Letras.
Tive como professores Cassiano Nunes, Eudoro de Sousa, Domingos
Carvalho da Silva, João Ferreira, Climério Ferreira (Parceiro
de Fagner e Dominguinhos), Leda Breitenbach, Elício Pontes,
Aloílson Pinto, Angélica Madeira, Venício Artur de Lima, Manuel
Vilela Magalhães, Antônio Sales, Antônio Barros, Aglaeda Facó,
Sérgio Waldeck de Carvalho, Cristina Leal, Stella Bortoni,
Luiz Piva, Diana Bernardes, Maria de Jesus Evangelista e muitos
outros, tudo isso ainda em 1979/80, em plena ditadura militar
e na efervescência do movimento estudantil. Participei em
1979, com vários poetas da UnB e da cidade, da Primeira exposição
literária do Departamento de Letras, coordenada por Sâmia
Kouzak, que me deu a maior força e incentivo. Meu trabalho
foi muito apreciado pelo público. Desenvolvi a veia repentista
e cordelista e atuei como trovador e cantador de 1979 a 1985,
fazendo uma performance - destaque em Congresso Nacional de
Repentistas em Ceilândia -DF(1980), com a Guerra do Armagedom,
sendo entrevistado pela professora Silvie Raynal, da Universidade
Sorbonne e Pottiers, França e elogiado por vários estudiosos
e pesquisadores como Joseph Luyten, Sebastião Nunes Batista,
Paulo Nunes Batista, Franklin Machado Nordestino, Sinésio
Alves, Aírton Pimentel e pela jornalista Maria do Rosário
Caetano. Depois do Festival de Ceilândia fiz apresentações
no Rio, São Paulo, Bahia, Minas, Alagoas, Sergipe, Espírito
Santo, Goiás e em várias escolas e universidades de todo o
Brasil...Talvez tenha sido o momento mais agitado e criativo
de minha vida...Conheci tantos poetas, pensadores e artistas
nesse período(1977/1988) : Ferreira Gullar, Thiago de Mello,
Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Gilberto Gil,
Mercedes Sosa, Octávio Paz, Ernesto Cardenal, Zé Ramalho,
Ednardo, Belchior, Vital Farias, Xangai, Elomar, Décio Marques,
Raul Seixas, Renato Russo, Cássia Eller, Grupo Água, vários
repentistas e cordelistas: Otacílio Batista, Oliveira de Panelas,
Ivanildo Vila Nova, Daudeth Bandeira, Rodolfo Coelho Cavalcante,
Franklin Machado, Paulo Nunes Batista, Carolino Leobas, Maxado
Nordestino, João Lucas Evangelista... e criadores como Paulo
Freire, Norberto Bobbio, Duverger, Glauber Rocha, Nélson Pereira
dos Santos, Rogério Sganzerla, Arrrigo Barnabé, José Celso
Martinez, Itamar Assunção, Rachel de Queiroz, Bernardo Élis,
Haroldo e Augusto de Campos, Darcy Ribeiro, Ignácio de Loyola
Brandão, Edenilton Lampião, Cora Coralina, Autran Dourado,
Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Oswaldino Marques, Cláudio
Santoro, Antônio Houaiss, Francisco Alvim, Leila Miccolis,
Cairo Trindade, Glauco Mattoso, Dinah Silveira de Queirós,
Márcio Sousa, Ziraldo, Umberto Eco, Gianfrancesco Guarnieri,
Caetano Veloso, Jorge Mautner, Jorge Melo, Grupo Uakti, Odete
Ernest Dias, Sílvio Tendler, Geraldo Moraes, Vladimir Carvalho,
Athos Bulcão, Maria Coeli, Hermeto Pascoal, Roberto Correia,
Menezes Y Moraes e tantos outros. Foi aí que surgiu o pseudônimo
Amargedom, devido a um poema-cordel que fiz sobre o fim do
mundo e a guerra do Armagedon, que parece tão próxima, com
os belicistas e falcões de plantão...Paz... Foi nesse período
que aumentei o meu cabedal literário, com uma freqüência constante
à Biblioteca Central da UnB e a algumas livrarias. Daí veio
uma participação ativa no movimento político e cultural da
Universidade. Nos primeiros meses ainda morava em Taguatinga,
uma progressista cidade - satélite de Brasília, onde criei
o cineclube Gritto e participei da Associação de Arte e Cultura,
do Grupo Caxadágua e da Faculta. Depois fui morar no CO-Centro
Olímpico - UnB, onde ficava o alojamento estudantil. Foi um
período de ouro, muitos contatos, muitas amizades, conhecimentos
e dificuldades. Criamos eventos, shows, espetáculos, exposições...era
um movimento de resistência ao clima de repressão instaldo
na UnB e em Brasília. Vivíamos os estertores do regime militar
e a UnB era conduzida por José Carlos Azevedo, reitor - capitão
de mar e guerra, que tinha muito poder junto aos militares...a
UnB era conhecida por "Quintal do Planalto". Vivíamos vigiados
e grampeados, dizem que tinha um espião em cada sala de aula
e em cada apartamento...mas a época era favorável ao desbunde
e às festividades. A conscientização política era controlada
pelos poderosos de plantão. Foi aí que comecei a militar no
movimento cultural, freqüentando os grupos culturais, Gritto,
Caxadágua, Cabeças, Cuca, Expoarte, grupos de poesia, de música,
de teatro e de cinema. Participei ativamente do movimento
cineclubista no SESC, em Taguatinga e na Universidade. Tive
relativa influência de grandes agitadores culturais: jornalistas
Pompeu de Souza, Ézio Pires, Marcílio Farias, Maria do Rosário
Caetano e Márcia Macedo, dos poetas Esmerino Magalhães, Celso
Moliterno e Cassiano Nunes, da flautista Odete Ernest Dias,
dos maestros Jorge Antunes, Emílio Terrazza e Cláudio Santoro
e do Produtores culturais José da Mata, Antenos Gentil Júnior,
Néio Lúcio e Maria Duarte, dos atores e diretores Ari Pararraios,
Délson Antunes, Fernando Villar e B de Paiva, dos artistas
Delei, Zé Nobre, Renato Matos, Renato Russo, Edgar Santana,
Cláudio Geraldes, Maria José Costa Sousa, Alex Chacon, Carlinhos
Ceará e Nélson Maravalhas e de muitos amigos e estudantes
como Paulo Bandeira, Carlos Amaral, Newton Estrela, Fernando
Machado, Raimundo Nilton, Chico Pünk, Polanski, Paulinho da
5, Rubinho, Jurema Lavor, Bernadete Nogueira, Marilene Tavares,
Moema Campos, Rômulo Tavares, Marquinhos, Jorge da Capadócia/Ivonildo,
Sâmia Kouzak, José Alves Donizeth,Vino, Jarbalino, Cid, Márcio
Araújo, Beto Almeida, Érica Kokai, Afonso Magalhães, Alexandre
Nominato, Joel de Assis, Ronaldo Mousinho, Paulo Afonso Barcarense,
Ivaneck , Vera Lopes, Hélio Franco, Zé Cascão, Rudolfo, George
Jesus Duarte, Tony Pessoa, Heloísa Helena, Luiz Carlos Mineiro,
Paulo Caverna, Gontijo, Joaquim Nogales, Edson Portela,Écleson
Tito, Marcelo e Flávio Montiel e os colegas do curso de Letras
e moradores do Centro Olímpico, os grupos das Livrarias Galilei,
Presença e do Bar Beirute. Destaco aqui fatos, grupos e pessoas
que foram importantes no período, que me influenciaram em
vários aspectos, gente de todo o Brasil e até do exterior.
Comecei a militar no Sindescritores muito jovem, praticamente
participando do auge de sua fundação, tendo à frente os escritores
Alan Viggiano e Antônio Carlos Osório, ambos foram presidentes
do Sindicato. A partir daí participei ativamente de reuniões,
palestras, debates, protestos, comícios, performances, intervenções,
dabacuris, instalações, encontros, seminários e eventos literários
e culturais dos mais diversos níveis. Estávamos envolvidos
em todos os movimentos importantes e de destaque em todo o
DF. Criei na UnB, no Anfiteatro 9, o show do Arroto, após
o almoço, nas terças e quintas-feiras. Foi um momento grandioso
da UnB: Por lá passaram grandes artistas do Brasil e artistas
mambembes de Brasília e de outros estados. Eu, o poeta e jornalista
Anand Rao, Argemiro Neto, jornalista e cantor, demos início
ao famoso show. Fizemos tudo no grito, reunimos os estudantes
no bandeijão(restaurante) e os convocamos para o evento. Foi
um sucessssso: Poetas, repentistas, agitadores, atores, estudantes,
professores, servidores e visitantes, foi um espetáculo inesquecível.
Depois tivemos o apoio de outros artistas e poetas como Paulo
Bandeira, Eduardo Rangel, Zelito Passos, José Antônio, Alexandre
Nominato, Lúcio Andrade, Carlinhos Ceará I e II e do pessoal
da Arquitetura, de Letras e dos Centros Acadêmicos, do DCE
e da UNE. Ao mesmo tempo criei o Centro Acadêmico de Letras
onde fui dirigente e coordenador cultural, desaguando em movimentos
importantes como a EXPOARTE e o FLIMPO, movimentos culturais
de grande significado, que reuniam estudantes, professores,
escritores, servidores e a comunidade. Foi no Show do Arroto,
nas Expoarte 81, 82 e 83 e no Flimpo, que os artistas tiveram
o seu palanque para a conquista de novos espaços. Por lá circulavam
com freqüência Renato Russo e o seu Aborto Elétrico, a turma
do futuro Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial , conhecido
como Punks da colina, residência dos professores. Muitos freqüentadores
e artistas eram filhos de militares, professores, empresários,
servidores públicos graduados, diplomatas e até de alguns
figurões da Ré- pública...os conhecidos "filhinhos de papai".
Eu estava por ali meio deslocado, um filho de sertanejo, sem
muitos recursos e algum talento, entretanto tive um papel
importante, apesar da falta de dinheiro e de estrutura...Sobrevivi...E
estou vivo até hoje...rssss, enfrentando a barra-pesada do
dia-a-dia, com entusiasmo e esperança no futuro.
Luiz
- Como é que se dá num país como o Brasil, de quase nenhum
leitor, as atividades de sindicato de escritores e poetas?
GD - São atos de resistência
contra o Apartheid Cultural estabelecido. Vivemos em uma sociedade
elitista e segregacionista, onde quase tudo o que se faz é
voltado para o "besteirol" e para a alienação dos jovens e
das pessoas. O massacre é constante com os noticiários e manchetes
jornalísticas que destacam a violência, o consumismo, as guerras,
crimes, novelas, modelos, enlatados, acidentes e as notícias
de cunho político. Boa Cultura é um fato muito raro...literatura
quase nunca aparece, principalmente a partir dos anos 90,
quando as redações foram quase todas dominadas pelos ditos
"comunicólogos de carteirinha", na visão do Poeta Cassiano
Nunes... que só entendem a linguagem da indústria cultural,
das grandes gravadoras e editoras...Coitados dos poetas e
artistas da periferia, jamais terão qualquer chance de divulgar
os seus trabalhos. Já soube de vários relises de poetas e
artistas que foram esnobados, ignorados e jogados no lixo...Será
que é só em Brasília? Na verdade alguns pretensos "iluminados"
nos acham uns "chatos". Não se valoriza o artista e o escritor
que não seja apadrinhado por grandes empresas ou políticos
poderosos. Brasília carece de infra-estrutura cultural de
divulgação, pesquisa, edição e distribuição de livros e cds.
O empresariado local não patrocina arte e a cultura da cidade,
conseqüentemente a mídia pouco divulga e não apóia, porque
não tem publicidade, gera-se um circulo vicioso... O trabalho
do Sindescritores é árduo e difícil. É um exercício de resistência
permanente. Conseguimos alguns avanços com alguns projetos
autônomos, como a Estante do Escritor Brasiliense, O Encontro
com a Palavra, O Fórum Permanente de Escritores, Recitais
Poéticos e lançamentos de livros em bares , restaurantes e
espaços culturais. Participamos de algumas Feiras de Livro
em Brasília, Rio, São Paulo e de encontros, congressos e eventos
em vários estados. Experiências vitoriosas desenvolvidas em
minha passagem pela Secretaria de Cultura/Fundação Cutural,
no exercício da Gerência de Literatura(1995/98). Atualmente,
não temos nenhum apoio governamental, pelo contrário, somos
sempre esquecidos, pois a inteligência incomoda os plantonistas
do phoder, que não querem um povo que pense e questione. Eles
querem uma sociedade de robôs, lacaios e escravos, que votem
sempre sem questionar, nunca digam não e que de preferência
não leiam nada e que só tenham como diversão as novelas, os
desenhos, filmes de guerra, de costumes e que mantenham o
estabelcido e o Status Quo...Quase ninguém quer saber de escritores,
poetas, livros e bibliotecas...Acham melhor fomentar os comandos
dos Schwazerneggers e Rambos da vida...tipo o que ocorre na
vida real. Vide Bósnia, Kosovo, Afeganistão e Iraque...Ler,
Pensar é muito perigoso...Enquanto isso os cadernos culturais
dos jornais estão abarrotados de colunas sociais, palavras
cruzadas, horóscopos, e$oterismos, fofocas, comentários de
novelas e outras besteiras do tipo...Como alguns dizem: Poesia
não dá dinheiro...não tem gancho para a notícia...a não ser
que o sujeito tenha um empresário-editor por trás, dólares
a rodo para publicidade. ...Ou seja sem dinheiro nada feito...
como disse Cazuza: "Enquanto houver burguesia,não vai haver
Poesia"...Entretanto nós resistiremos e sobreviveremos...pois
os poetas são as antenas da raça...creio...Subsisito...Insisito...Persisto...
Luiz - Que atividades
o Sindicato tem desenvolvido na promoção da Literatura? ?
GD - Realizamos poucas
atividades, devido aos parcos recursos, entretanto o pouco
que se exercita é fundamental para o desenvolvimento da literatura...
Apoiamos e incentivamos palestras e debates literários nas
escolas, UnB, faculdades, embaixadas, bibliotecas, bares,
restaurantes e espaços culturais. Desenvolvemos uma política
de direitos autorais, com orientação aos nossos sindicalizados.
Atuamos na divulgação dos livros de nossos autores com relises
para a mídia. Incentivamos os autores com a Estante do Escritor
Brasiliense, já inauguradas na Universidade de Brasília, Católica,
Michelangelo, Uniceub, algumas faculdades, escolas públicas
e particulares, bibliotecas, espaços culturais e políticos,
livrarias, cafés, bares e restaurantes. Participação em Feiras
de livro e eventos literários diversos. Apoio a recitais poéticos
e ao evento Noite de Poesia em bares, cafés e restaurantes.
Apresentação de autores para captação de recursos junto ao
FAC e ao Minc. Divulgação de concursos e eventos literários.
Incentivo à construção de sites literários individuais. Divulgação
das atividades sindicais e dos autores por meio de 3 sites
literários: www.sindescritores.com.br www.sindescritores.hpg.com.br
; http://geocities.com/sindescrdf/index.htm Luta permanente
pela regulamentação da profissão de Escritor e para estabelecer
a Literatura Brasiliense nas Escolas. Incentivo à criação
de bibliotecas e espaços culturais, Orientação a estudantes
e leitores sobre o papel do Sindicato dos Escritores e sobre
vida e obra de nossos filiados. Apoio ao portal Usina de Letras
e a outros portais e sites literários, Publicação do Informativo
Escriba, no momento em estudo para a criação do Escriba Virtual.
Participação em comissões editoriais de revistas, sites, grupos
e jornais, em bancas de concursos literários e de redação.
Outras atividades diárias essenciais ao desenvolvimento da
literatura e de nossos filiados.
Luiz -Como você vê a
política editorial nacional e a situação dos que estão sem
publicar por falta completa de recursos e de apoio?
GD - Vejo com muita
preocupação e ansiedade. A política editorial brasileira é
nefasta, injusta e prejudicial aos autores. Torna-se necessário
a regulamentação da profissão de escritor de uma forma moderna
e flexível. Uma lei mais rígida que garanta o direito de autor,
inclusive na Internet. Como funciona hoje, só privilegia as
grandes editoras e distribuidoras, os poucos autores canônicos
e já consagrados. Sugeri ao Lula e aos políticos, a reativação
do Instituto Nacional do Livro e a criação dos Institutos
estaduais e municipais do livro. Seria importante a inauguração
de bibliotecas funcionais em todos os municípios brasileiros.
Esperamos que o novo governo seja mais atento e sensível para
o desenvolvimento de uma política cultural e editorial mais
justa e equilibrada. Muitos autores criativos e talentosos
ficam sem publicar pq as editoras não querem apostar em literatura,
muito menos em poesia. Eles querem ter a certeza do lucro,
o que é muito difícil num mundo em cri$e permanente. Vivemos
a Era da Incerteza. Ninguém tem bola de cristal. São poucas
as galinhas de ovos de ouro. Vivemos a indústria dos best-sellers
e dos livros didáticos. Só se dão bem os autores já estabelecidos,
os apadrinhados por grandes editoras e distribuidoras e aqueles
que têm espaço cativo nos jornais e na tv e que contam com
as benesses oficiais. Realmente são muito poucos...É preciso
uma mudança radical na área editorial no Brasil e urge campanhas
de leitura, de valorização do livro, de combate ao analfabetismo
e de barateamento do custo do papel. Enquanto as grandes editoras
e bienais tem lucros astronômicos com a sua política editorial
elitista e meramente comercial, bons autores amargam o anonimato
e sofrem as agruras da falta de apoio e incentivo do governo
e do mercado editorial. Alguns mais persistentes conseguem
de quando em vez edições por meio de concursos literários,
muitas vezes, de cartas marcadas e pouca credibilidade. O
autor precisa além de muito talento, muita sorte, bom marketing
e de algumas pitadas de magia...rssss.
Luiz - A seu ver, a
Internet tem contribuído para a difusão e divulgação de novos
escritores e novos poetas?
GD – Sim. Bastante.
A Internet tem feito uma revolução na literatura. São milhares
de autores de todos os níveis. Temos bons escritores, os medianos
e os medíocres, como em tudo na vida. Tem gente que acha que
qualquer coisa que escreva seja literatura ou poesia, não
é bem assim. Para chegar a ser um bom poeta, tem que se ralar
muito, além de boa inspiração, tem que ter talento e muita
transpiração, muita leitura dos bons poetas e da literatura
em geral, muito esforço, muito trabalho e empenho permanente...Tenho
visto boas obras na Internet em sites e portais de alto nível
como o Guia de Poesia e o Boletim Nascente, coordenado por
Luiz Albero Machado, O magistral Jornal de Poesia, do criativo
e dinâmico Soares Feitosa, nosso Sindescritores, a AVBL, de
Maria Inês Simões, o Grupo Palavreiros e Poética Social, do
poeta José Geraldo Neres, O Grupo Vânia Diniz, Usina de Letras,
Pórtico, a ABRAVILI, a Academia Literária, Garganta da Serpente,
Nave da Palavra, Officina da Palavra,da escritora Ana Peluso,
Grupos LunaeAmigos, Escritas, Ateneu, Águia Real, Nozarte,
Heraldo Lage, Vanderli Medeiros, Sales Albuquerque, Portal
da Unesco, Revista Agulha, Triplov e outros importantes grupos,
sites e portais tão significativos quanto os citados.
Luiz - Como se dá a
opção de publicar o livro impresso e a atual vertente do livro
virtual?
GD – O livro impresso
para ser publicado tem algumas opções: Para o autor principiante
e pouco conhecido no mercado editorial, dá-se quase sempre
às próprias custas ou financiado por parentes e amigos. Aos
bem-aventurados e ungidos que conseguem uma editora de bom
nível, dá-se depois de muitos sacrifícios e labutas. Paulo
Coelho é um bom exemplo, seus primeiros livros quase não venderam...Depois,
sabemos do grande sucesso comercial... Publicação de poesia
é muito difícil, os editores não gostam de correr riscos,
preferem publicar o que acham que dá lucro: livros didáticos,
acadêmicos, livros infantis, biografias, romances e edições
garantidas para divulgações governamentais e que sejam adotadas
nas escolas, o que demanda muita publicidade, convencimento
e divulgação dos editores, livreiros e agentes literários.
Publiquei 9 livros, 3 teses/monografias livretos e alguns
folhetos de cordel, 90% às próprias custas. Só 2 folhetos
foram publicados com apoio institucional, também publiquei
alguns poemas isolados para distribuição em massa, geralmente
cordéis e manifestos. Consegui divulgar poemas e textos em
alguns jornais e revistas literárias, já faz algum tempo.
Revistas Dimensão, Bric-a - Brac, Lavra, Víbora, DF Letras.
Recitei vários poemas em telejornais da Rede Globo, Globo
News, CNN, TV Brasília, Tv Nacional, Bandeirantes, Net, Apoio,
Gazeta, Câmara,UnB, Rádios CBN, Senado, Planalto,Brasília
FM, entre outros canais de tv e emissoras de rádio. Falo isso
para retratar o forte aspecto oral de minha poesia. Hoje torna-se
cada vez mais difícil a divulgação da poesia pela mídia, é
um fato raro. É preciso que se divulgue mais poesia e mais
literatura. O espaço da mídia está quase todo voltado para
o rock e manifestações de pouca relevância, o que é uma pena.
Urge mais consciência por parte dos editores e produtores
midiáticos para uma melhor divulgação de livros, da poesia
e da literatura como um todo. Como dizia Castro Alves: "Oh!
bendito o que semeia livros, livros à mão cheia". Ouçam a
voz do condoreiro e pratiquem. Quanto à vertente do livro
virtual, vem crescendo cada vez mais na Internet e é uma boa
opção de divulgação para os autores iniciantes e que não possuem
uma editora que os publique. Geralmente o livro é disposto
para cópia dos leitores de forma gratuita, também fiz esta
opção. Meu livro Phalábora e outros textos estarão à disposição
do público, que nada pagará pela leitura. Os custos são menores.
É um investimento no futuro. Quem sabe alguma editora resolva
correr o risco e editar um poeta de Brasília, de Pernambuco,
de Alagoas? Creio que não decepcionarei aqueles que porventura
venham a conhecer e apreciar o meu trabalho. Disponho tb de
textos publicados na Usina de Letras www.usinadeletras.com.br
e em 2 sites pessoais: www.poetagustavodourado.com.br www.gustavodourado.com.br
Luiz - 9. Você agora
está publicando o Phalábora, como é que se deu esta empreitada?
GD – Prezado Luiz Alberto
Machado...O Phalábora tem me dado muito trabalho ao longo
dos últimos 6 anos... é uma empreitarefa difícil, entretanto
sinto que vale a pena. Primeiro fiz uma edição normal em 1997,
com mil exemplares, que esgotou rapidamente. Fiz lançamentos
em Brasília, na Bienal do Rio(inclusive com uma entrevista
à jornalista Maria Beltrão no Jornal das 10, da Globo News
e em programa da TV Nacional) e na Livraria do Museu, no Palácio
do Catete, com o apoio da luminosa escritora Olga Savary,
à época Presidente do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro.
Fiz também lançamentos na Bahia, em Salvador, em Paracatu-MG
e em Luziânia- Goiás. O livro teve uma boa acolhida da crítica
e da imprensa literária. Publiquei poucos exemplares por conta
própria e não deu pro gasto. Foi uma edição simples, sem muitos
atrativos visuais. Em 1997, no Teatro Nacional de Brasília,
Toninho de Sousa, um grande artista, colorista e performático
brasiliense, gostou do livro e me presenteou depois, com belíssimas
ilustrações. Fui selecionada pela Comissão Editorial da Bahia
que fez uma análise acurada do livro e recebeu os originais
para publicação. Eles queriam publicar o livro no formato
tradicional , sem as ilustrações, o que descaracterizaria
o belo trabalho do Toninho de Sousa... Só autorizarei qualquer
publicação, com as ilustrações do Toninho. Por isso optei
pela Internet e sei que o trabalho ficará bom pois teve a
perícia de formatação de Maria Inês Simões, escritora talentosa
e fundadora da AVBL www.avbl.com.br e o aval introdutório,
do dinâmico e instigante Poeta, Luiz Alberto Machado. Tenho
muita esperança no sucesso do Phalábora e conto com o seu
incentivo e entusiasmo. Publiquei uma versão simplificada
do Phalábora em meu site www.gustavodourado.com.br e no site
da brilhante escritora, pesquisadora e amiga Vânia Diniz www.vaniadiniz.pro.br
, um dos melhores portais da Internet. Tentei várias vezes
a publicação por editoras e na internet, sempre com dificuldades
e imperícias técnicas e chantagens de alguns web designers.
Por fim encontrei a Inês, que deu conta do recado e muito
bem, é uma grande profissional. Estamos na empreitada dia
e noite, ela em Bauru, eu em Brasília, para realizarmos um
trabalho de bom nível. Muito me honra a sua apresentação,
Luiz Alberto, tão bem elaborada, no aval introdutório, também
os comentários da Inês e o prefácio da jornalista Maria Félix.
Phalábora é elaboração, muito labor fálico e phálico, uma
antropofálica mistura, muito suor, contínua transpiração e
com alguma inspiração da musa divina. Espero que dê um bom
retorno e que seja apreciada pelo público. Phalábora é Fala
e-labor.ação É uma via.gen nas vias da lin.gua-gen É um gen
visa.gem via labor É uma aleivosia na voz dalchemia... Com
Phalábora, busco despretensiosamente, uma síntese de experiências
lingüísticas no universo mágico da palavra, bebendo em linguagem
trovadoresca, na literatura de cordel, na cabala, na mística,
nos mistérios da espiritualidade, com um tempero Róseo-Joyciano
e pitadas faustinas - raulzitas - torquatianas e na transe
glauberiana do Cinema Novo e na vertente de los campos e na
sabedoria gullariana, na verve de nosso condor libertário,
sem esquecer dos mestres Gregório de Matos, Ruy, Vieira, Jorge
Amado, Murilo Mendes, João Cabral de Melo Neto, Manoel de
Barros, Cora Coralina, Patativa do Assaré, Zé Limeira, Jorge
de Lima, Cego Aderaldo, Vinícius de Moraes, Camões, Pessoa,
Cecília Meireles, Chico Buarque, Caetano Veloso, Raul Seixas,
Graciliano Ramos, Lima Barreto, Câmara Cascudo, Carlos Drummond
de Andrade, Machado de Assis e Guimarães Rosa.
Luiz - Você possui um
universo amplíssimo de influências que vai desde as manifestações
enraizadas no Nordeste, passando pela dicção pós-moderna até
uma visão mística universalizante e com destino ao visual.
Fala então do processo de criação e formação do poeta e escritor
Gustavo Dourado?
GD – Meu processo de
criação é amplo e às vezes simples...quando cordelo, elaboro
a linguagem da poesia viva, da poesia oral, presente na criatividade
de nosso povo...o cordel é poesia pura, tem do mais simples
até o mais elaborado...é uma linguagem riquíssima que influenciou
grande escritores e artistas como Gláuber Rocha, Raul Seixas,
Chico Science, Jorge Amado, Cabral, Graciliano, Cora Coralina
e Guimarães Rosa... Em mim o cordel vem do berço, de nascença...
aprendi a ler em cordel ouvindo os cantadores repentistas,
emboladores, coquistas, trovadores, contadores de história...
Convivi muito com pernambucanos, alagoanos, paraibanos e nordestinos
em geral, lá nos primórdios de minha infância. Meu pai foi
lavra.dor de dia e dono de venda à noite e nos fins de semana...sempre
ouvia causos e cantos, contos, loas, aboios, lendas, estórias
da carochinha...o sertão é repleto de histórias, mistérios
e superstições. É riquíssimo o misticismo da caatinga e do
cerrado. Misturei a mística da Chapada Diamantina e do Rio
São Francisco, com a magia e a modernidade do Planalto Central,
a inovação construtiva e arquitetônica de Brasília. Aqui,
convivo com artistas de todas as tendência e matizes. Busca-se
uma nova arte que sintetise a vertente sertaneja com a pós-moderna...Creio
que Phalábora seja um pouco dessa mistura entre o erudito
e o popular, entre o concreto e o abstrato, com pinceladas
do místico e doses do dialético...A minha criação dá-se no
cotidiano, é flexível e variável, sou um matuto com trejeito
de intelectual, trans-piro com a palavra, respiro o verso
a cada instante, leio sempre, admiro (a)os mestres da linguagem,
Machado, Graciliano, Pessoa, Joyce e Guimarães Rosa, por excelência.
Tem também o lado bíblico, apocalítico, profético, glauberiano,
proveniente do misticismo sertanejo e ecológico do Cerrado
e da Magia da Chapada Diamantina e do Planalto candango. Meu
misticismo é cósmico, vai de Apocalipse, Padre Cícero, Frei
Damião, Lampião, Antônio Conselheiro até Tia Neiva, Yokannam,
Pietro Ubaldi, General Uchôa, São Francisco de Assis, Chico
Xavier, Vedas, Mahabarata, Aknaton, Plêiades, Tutankamon,
Ybez, Fawcett, até o universo dos governantes invisíveis,
do misterioso desconhecido, dos mistérios da umbanda, dos
orixás, dos xamãs e pajés, até à sabedoria iniciatica das
idades, da teosofia, Teurgia, Eubiose, da cabala/caabala,
dos povos antigos, dos incas, dos egípcios e dos maias...Sou
um espiritualista com os pés no chão. Um pan-materialista
trans dial ético nas estrelas e no cosmos...sem esquecer a
realidade do dia-a-dia e da noite - a - noite de nossa sagrada
Poesia de cada momento...
Luiz - Que projetos
tem por desenvolver?
GD – Diversos projetos
pessoais e coletivos... Posso elencar os principais: Criação
do Sindicato dos Escritores Virtuais, com representações virtuais
em todo Brasil e contatos com escritores e jornalistas internautas
pelo mundo afora, reforçando e dinamizando os direitos autorais...o
nosso Sindescritores www.sindescritores.com.br
É um prenúncio, um embrião...dependemos de tempo e de recursos
financeiros para ampliar a proposta. Organizar um escritório
de direitos autorais no real e no virtual, para dar assistência
aos nossos autores. Criar uma cooperativa editorial e uma
distribuidora independente para edição e distribuição do livro
dos autores não contemplados pelo mercado editorial. Instituir
a Literatura Brasileinse nas escolas, univesidades e faculdades
do Distrito Federal. Conquistar a reativação do Instituto
Nacional do Livro, com uma atuação mais dinâmica e democrática
e incentivar e conquistar a criação do Intituto do Livro do
Distrito Federal Conseguir a instalação de bibliotecas públicas
de bom nível, em todos os municípios brasileiros. Lutar e
conquistar a regulamentação da profissão de escritor. Criar
o jornal Escriba Virtual e prossseguir com o Escriba impresso.
Criar links na Internet e no site do Sindescritores para cada
um de nossos escritores filiados Transformar o site do Sindescritores
www.sindescritores.com.br em um portal literário de alto nível
e que ganhe o reconhecimento do público-leitor. Conseguir
quebrar as barreira da mídia para divulgar nossos poetas e
escritores. Tenho tb alguns projetos pessoais: Editar meus
diversos livros por uma boa editora e distribuí-los pelas
escolas, livrarias, espaços culturais e bibliotecas. Gravar
CDs com meus melhores poemas. Organizar antologias e coletâneas
de meu trabalho e de outros escritores. Fazer mais palestras
e conferências, em escolas e universidades. Realizar algumas
viagens de pesquisas e estudos literários. Concretizar o sonho
de todo escritor, sobreviver com o trabalho literário. Meus
agradecimentos a você Luiz Alberto Machado, tão destacado
escritor e divulgador, pela excelente oportunidade de divulgar
o meu trabalho, por meio desta entrevista.
Deus salve a Literatura, Paz e Luz para o mundo e para todos
nós... Grato.