Esther Torinho:
A mesma pessoa que no virtual: como já disse, com poucas qualidades
e muitos defeitos, mas com uma imensa disposição e alegria
de viver.
Gustavo
= Relate quais os rituais que você desenvolve para escrever.
Esther Torinho:
Não tenho ritual. Escrevo quando me dá na telha e o telhado
anda sempre cheio de coisas que nem sempre tenho tempo de
passar para o papel. Prefiro escrever no computador, mas quando
a palavra me atormenta, escrevo até em pedaço de papel velho.
Um dos poemas de que mais gosto - Eu faço versos - eu o escrevi
na capa e contra capa do talão de cheques. Estava na rua e
não tinha papel.
Gustavo
= Quais as principais influências em seu trabalho literário?
Esther Torinho:
Sinceramente não saberia dizer. Gosto de muitos autores, principalmente
Quintana, Neruda, Bandeira, Cecília, mas influências diretas,
não sei. Já me disseram que em alguns poemas lembro a Cecília,
ai, ai, seria muito querer imitar a grande Cecília. Enfim,
escrevo, como disse a Clarice "ao correr das palavras": às
vezes uma simples frase ou uma palavra bastam para o pontapé
inicial. E muitas vezes não sei exatamente onde vai dar.
Gustavo
= Qual o futuro da literatura e da poesia em especial? Como
você se relaciona com a mídia e a imprensa na divulgação de
seu trabalho?
Esther Torinho:
A mídia impressa? A televisão? Se ouvirem falar em mim, perguntarão:
quem é essa ilustre desconhecida? Entretanto, a recíproca
também é verdadeira. Ha ha ha. Também pergunto: Quem é essa
mídia impressa que tantas vezes se vende, que faz o jogo do
poder?
Quem é essa Televisão Brasileira, onde a bunda abunda?
Claro, há exceções.