Cordel para Augusto dos Anjos...
Augusto dos Anjos brilha
No concerto universal
Poeta cientificista
De luz infinitesimal
Cosmogônico-biológico
Místico e transcendental...

No Estado da Paraíba
Augusto dos Anjos nasceu
1884...20 de abril...
O fato assim decorreu ...
Lá no engenho Pau-D´arco:
Sua mãe o concebeu...

Alexandre dos Anjos pai
A mãe Córdula Carvalho...
Os genitores do Poeta
Deram a carta do baralho
Doaram ao mundo, Augusto
Um Poeta sem retalho...

Na Vila do Espírito Santo
Augusto foi batizado...
A 27 de fevereiro
Deu-se o fato aqui narrado
Em 1885:
Fica assim historiado...

Quarto de nove irmãos
Augusto foi destacado
Sempre leu desde menino...
À leitura, sempre dado...
Na bilblioteca do pai:
Era um leitor aplicado...

No Liceu Paraibano...
Estudou Humanidade
Ano 1900...
Dá asas à liberdade
Sente o cheiro da poesia
No calor da mocidade...

No Almanaque da Paraíba
Primeiro soneto publicado
Foi aos 16 anos...
O fato foi registrado...
Dava-se o início
De um vate inusitado...

Seu amigo Órris Soares
Em sua vida presente
Companheiro nos estudos
Plantaram a boa semente
Amigos inseparáveis:
Em um mundo incongruente...

O poeta sofreu muito
Um romance interrompido
Teve um filho abortado
Foi-se um amor perdido
A mãe persegue a amante:
Uma morte sem sentido...

A cidade de Paraíba
Era capital do Estado
A futura João Pessoa
Deu-lhe verso inspirado
Colaborou em O Comércio
Como poeta e letrado...

Ano 1903
Entra para a Faculdade
Faz Direito no Recife
Vence a adversidade
Cultiva o conhecimento
Cresce em multiplicidade...

Em 1907...
Em Direito, bacharelado...
Na Faculdade do Recife
Junto com Gilberto Amado
Na turma de Órris Soares
Sempre amigo ao seu lado...

1907/1908
Dá aula particular...
Torna-se o seu ganha-pão:
E muito precisa lutar
A sobrevivência é difícil:
Nesse mundo de lascar...

Do Liceu Paraibano
É nomeado professor
Na área de Literatura
De qual é conhecedor...
Foi um mestre de renome
De destacado valor...

Pronuncia conferência
Sobre a escravidão
No dia 13 de maio
Data da libertação...
Mancha da humanidade:
A triste escravização...

Ano 1909...
A conferência se deu
Ante o Governador
A palestra ocorreu...
O Poeta mostrou a face
Do horror que aconteceu...

Em 1910...
Deu-se o seu casamento
Com a sua conterrânea
Expressão do sentimento,
De nome Ester Fialho:
É o amor em movimento...

Abandonou a Paraííba:
Briga com o Governador
Vai pro Rio de Janeiro
Como eterno buscador
Lá reside por 2 anos:
Atuou como professor...

Na Capital do País
Passou por dificuldade
Morou na Avenida Central
Da grandiosa Cidade
Residiu em vários lugares:
Devido à adversidade...

Em 1911
Perdeu o filho primeiro
Que morreu setemesino
Foi-lhe um tiro certeiro
A dor do poeta é grande
Sentiu abalo por inteiro...

Na Escola Normal:
Nomeado professor
No Colégio Pedro II
Foi mestre educador
Substituiu a João Coelho:
Lecionou com muito amor...

Em 1912
O livro Eu é lançado
Em edição particular
Por Odilon ajudado
Que é irmão de Augusto
Livro bem patrocinado...

No mesmo ano do livro
A filha tem nascimento...
O Poeta segue em frente
Em constante movimento
Lutou pra sobreviver:
Apesar do sofrimento...

Em 1913:
De Guilherme, o nascimento
Novo filho do Poeta:
Mexeu com seu sentimento...
Augusto Poeta Maior:
Foi um ás no pensamento...

Foi para Minas Gerais
Nomeado Diretor
Cidade de Leopoldina
Um Poeta Professor...
É o princípio do fim
De um grande pensador...

Chegou em Leopoldina
Pra dirigir grupo escolar
Escola Ribeiro Junqueira
Pouco tempo a comandar
Ano 1914...
A gripe vai lhe matar...

Acometido da gripe
Vem uma pneumonia...
Nosso poeta a sofrer
Não conseguiu harmonia
No dia 12 de novembro:
Mudança de sintonia...

Morreu o Poeta Maior:
Pobre e desconhecido
Um gigante na Poesia
Em pouco tempo vivido
Um dos melhores poetas
Que eu tenho sempre lido...

Poeta incomensurável
Transmutador da linguagem
Um gênio da Poesia...
Que deixou forte mensagem:
Apocalítico e monumental:
Cultivemos sua imagem...