Caminhos
da criatividade
(por Thomas Hohl)
Na era da informação, as idéias criativas
são tão importantes para a economia quanto o capital ou os recursos
naturais. As pessoas prosperam ao transformaridéias e emoções
em produtos como sites da Internet, softwares ou livros. O indivíduo
criativo é aquele que constantemente se renova, vencendo obstáculos
e superando barreiras.
Para Barron o indivíduo realmente criativo está sempre pronto
para abandonar antigas classificações e buscar novas possibilidades.
Consideremos as pesquisas de Mackinnon com escritores, arquitetos,
engenheiros, matemáticos, cientistas e físicos chegou à conclusão
de que os indivíduos criativos, a fim de resolverem os conflitos
pessoais, foram levados desde cedo a estruturar o próprio ego
e criar defesas pelas atividades criativas.
A adversidade abre a possibilidade para o aumento da percepção
de novas situações. a personalidade criativa passa, então, a ser
mais receptiva às informações, aceitando o risco de errar com
segurança.
Existem diversas formas de expressão que dão a possibilidade de
exercer o espirito criativo, iremos nos concentrar na propaganda
e na literatura, pois estas, aparentemente, se apresentam como
antagônicas. Por exemplo, enquanto a literatura apresenta sempre
estímulos ambíguos, isto é, que podem ser interpretados de várias
formas; a propaganda trás um número reduzido de alternativas de
escolha e o seu público alvo encontra estereótipos e definições
muito nítidas.
Parece evidente que a propaganda pode ter influência muito maior
que a literatura para o grande público, pois enquanto esta representa
uma forma de sugerir os aspectos mais complexos e menos aparentes
do comportamento, o estereótipo tratado pela propaganda geralmente
acentua um aspecto bem visível do comportamento ou da vida social,
com a exclusão de todos os pontos contraditórios.
Essa diferença explica bem o constante desentendimento entre a
literatura e a propaganda. Se a primeira procura os aspectos mais
conflitantes da vida individual e social, a segunda limita tais
aspectos através da valorização exclusiva de um ponto de vista
ou de uma aparência.
O que aproxima a literatura da propaganda é o fato do escritor
querer ser lido por um grande número de leitores e o publicitário
quer ultrapassar os limites impostos pela sua área de atuação.
Entretanto, para o grande público, as teorias intelectuais só
adquirem sentido quando se transformam em formulas simples ou
em estereótipos, isto é, quando perdem suas características significativas.
Para entender a literatura é necessário considerar as diferenças
individuais, pois isto levará a uma riqueza maior das interpretações
contraditórias.
Thomas Hohl é escritor, ex-diretor de marketing
e publicidade do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal,
autor do romance histórico O Escravo dos Sonhos e dos dramas psicológicos
O Homem de Cristal e Prisioneiro do Pânico.
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