Stella
Rodopoulos doa livros
(por Maria Félix Fontele)
Solidariedade
Escritora dedica-se às boas ações
Um dos momentos mais aguardados da 24ª Feira do Livro de Brasília,
que acontecerá de 26 de agosto a 7 de setembro, no Pátio BrasilShopping,
será o ato de doação de mais de 300 livros de literatura infantil
da escritora Stella Rodopoulos a três instituições de ensino do
Distrito Federal. No dia 31 de agosto, às 19h, no espaço Arena
Jovem, a escritora doará três títulos de suas histórias infantis
(No reino encantado das minhocas, Chuvinha de amor e Cavalinho
sonhador) à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito
Federal (APAE/DF), à Escola Classe 2 da Candangolândia e ao Colégio
Opção, do Recanto das Emas. A doação será feita durante o evento
Poesia à flor da pele, com o apoio da Câmara do Livro, do Sindicato
dos Escritores do DF e da Academia de Letras e Música do Brasil
(Almub).
"Sinto-me privilegiada de ter visto Brasília nascer, ocasião em
que tive as mesmas emoções de uma mãe ao gerar o seu primeiro
filho", destaca Stella Rodopoulos, também pioneira, que se emociona
ao relembrar dos primeiros dias vividos em Brasília, no início
dos anos 60, especialmente da festa de inauguração da cidade e
do momento em que o presidente Juscelino Kubitscheck apertou-lhe
a mão.
Hoje, a escritora é autora de sete livros, cinco deles dedicados
à literatura infantil. Pelo conjunto de sua obra infantil, recebeu
a comenda Carlos Gomes. E pelo conjunto de toda a sua obra, o
Troféu Johan Sebastian Bach e a medalha de ouro da Academia Internacional
de Lutéce, na França. Para ela, essa doação é mais uma forma de
agradecer à Brasília, cidade que tanto lhe deu prosperidade.
"Todos nós temos que dar a nossa parcela de contribuição para
a cidade", observa Stella que, nos últimos tempos, tem se dedicado
à filantropia. Recentemente, iniciou uma campanha beneficente
em favor do Instituto de Apoio ao Portador de Câncer (IAPC), com
a doação de bens eletrodomésticos. E toda a renda da venda de
seus livros é doada ao instituto, que hoje acolhe pessoas carentes
portadoras de câncer, comumente tratadas no Hospital de Base.
É a única entidade no Distrito Federal que abriga adultos, sustentada
com doações da comunidade.
Com vivacidade, a avó de sete netos dá a sua receita para escrever:
''Basta soltar a imaginação e a inspiração, se entregar totalmente
e responder às vontades da alma''.
Doação em boa hora
Os representantes das instituições são unânimes em afirmar que
a doação dos livros vem em boa hora. A APAE/DF, por exemplo, está
montando uma biblioteca em sua sede, na 711/911 da Asa Norte,
e, para conseguir um número suficiente de livros, iniciou, recentemente,
uma campanha para receber as doações. Segundo a coordenadora do
Programa Acadêmico da APAE/DF, Silvana Cristina Martins Porto,
a entidade tem hoje mais de 80 alunos em processo de alfabetização.
"Precisamos de livros didáticos, de literatura infanto-juvenil,
de enciclopédias e de dicionários", observa Silvana ao lembrar
que o trabalho da APAE/DF é referência nacional na área de educação
profissional.
Atualmente, a APAE/DF atende a cerca de 360 pessoas com deficiência
mental e múltipla, com idade acima de 16 anos, em seus quatro
núcleos cooperativos, localizados na Asa Norte, Guará II, Ceilândia
e Sobradinho. A grande maioria não tem contato diário com os livros
e a biblioteca vem justamente para preencher essa lacuna. "Queremos
despertar o conhecimento e o prazer da leitura, transformando
esse espaço em um grande projeto pedagógico", afirma Silvana.
A Escola Classe 2 da Candangolândia, inaugurada em 1965 com o
nome de Escola Classe da Zoobotânica, tem hoje 630 alunos, sendo
que mais de 200 estão na fase de alfabetização. A escola desenvolve
um projeto de leitura de histórias infantis, com a participação
dos autores das histórias que são convidados a fazer palestras
e a contar um pouco sobre a sua vida e o processo de criação.
As professoras vão adotar os livros de Stella e convidá-la para
um encontro com as crianças.
Em seus primeiros anos, a escola era invadida constantemente pelos
animais do Zoológico. Um gato, chamado Mimi, morava na escola
e um bicho preguiça e um macaco cuidavam da limpeza do telhado
da velha escola de lata que assustava muita gente. Só em 1988
a escola foi construída de forma definitiva e entregue à comunidade.
Com o lema "educação de qualidade ao alcance de todos", o colégio
Opção, localizado na quadra 206 do Recanto das Emas, tem 55 alunos
na fase de alfabetização. "A doação dos livros é muito bem-vinda,
principalmente porque se trata de uma autora que mora em Brasília
e que, sem dúvida, vamos ter um contato mais estreito com ela",
observa a diretora Cláudia dos Santos. O colégio abriga alunos
do maternal até o jardim III e do ensino fundamental até a quarta
série.
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