Pelos
varais luminosos de Gustavo Dourado
(por Maria do Socorro Cardoso
Xavier)
Poeta cordelista já com boa produção
impressa quanto na internet, nesta divulga inúmeros cordelistas;
vem desenvolvendo um trabalho digno de nota. Desde tenra idade
na Bahia, de Recife dos Cardoso, sertão, região de Irecê, fazia
versos. Há 32 anos radicado em Brasília. Versado na educação,
letras, folclore, educação, linguagem teatral e artística. Seu
trabalho tem sido alvo da boa crítica literária e jornalística,
não só brasileira mas da França e Alemanha.
No seu habitat travou conhecimento com o cordel e a cantoria,
entre as bodegas, fumo, aguardente, jabá e doces. Conheceu inúmeros
repentistas e cordelistas regionais e locais, o abóio dos vaqueiros,
lavradores, tropeiros, de vários Estados do Nordeste em movimento
migratório constante e do próprio irmão poeta. Tudo lhe somatizou
para inspiração do seu magnífico trabalho.
Gustavo Dourado é o poeta que representa a união da cultura popular
com os novos meios de comunicação, a exemplo a Internet, na qual
faz um trabalho esplêndido. Revitalizou o cordel e sua divulgação
mais ampla. Hoje na Internet há poetas cordelistas de todos os
Estados do Brasil publicando seus cordéis, muitos dos quais tinham
dificuldades de editar seus trabalhos. Surge a figura do "cordelista
internauta". Desta forma o público internauta tem hoje condições
de garimpar os valores nesta área.
Gustavo Dourado antes da Internet fazia divulgação em escolas,
faculdades, centros culturais, anfiteatros, restaurantes, festas
e quermesses, feiras de livros, palestras, encontros, debates,
eventos e seminários.
O autor produz cordéis de temas diversificados: -hilários, comemorativos,
temas polêmicos, realistas, biográficos etc. Destaque-se o cordel
para Ariano Suassuna, nos seus 80 anos do mestre de o Auto da
Compadecida.
Gustavo faz parte de uma ala de cordelistas que possui cultura
erudita, formação universitária, especialização, mas se dedica
ao Cordel, por gosto, opção, amor à arte. Finalmente não há fronteiras
rígidas como tantos enfatuados intelectuais concebiam entre literatura
popular e erudita. Aquela nasce desta, do cancioneiro provençal,
medieval e mais recuadamente do livro da Sabedoria, dos Salmos
e provérbios. Enfim de raízes seculares. Escritores a nível de
Câmara Cascudo, Jorge Amado, Ariano Suassuna e tantos outros a
valoriza, diluindo medíocres preconceitos.
O cordelista aqui rapidamente comentado, enfim faz um trabalho
de integração do cordel com a educação, com o teatro, naquela
modalidade tão defendida pelos corifeus da educação democrática
brasileira, como Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira, Paulo Freire,
-este revolucionou a educação popular brasileira com métodos inovadores,
a partir da realidade local do educando. O cordelista Gustavo
Dourado www.gustavodourado.com.br/cordel.htm , produz cordel de
boa qualidade; defende a inovação, onde os fenômenos translinguistico
das novas linguagens virtuais, digitextuais sejam cada vez mais
estudadas e consideradas. O futuro envolvimento do cordel com
outras manifestações da cultura, hoje ainda tênue, mas que tende
a crescer- a música, cinema, artes plásticas, e assim transporá
fronteiras, preservando o liame cósmico existente na cultura popular,
pois mais autêntica do povo brasileiro.
Maria do Socorro Cardoso Xavier
Professora, escritora e historiadora.
Universidade Federal da Paraíba
Consulesa dos Poetas del Mundo
http://br.geocities.com/escritoresepoetas/ep/socorro.htm
VOLTAR