Gustavo
Dourado, O rei do Cordel, onde chegará?
(por Vânia Moreira Diniz)
Gustavo Dourado nasceu na Bahia,
Recife dos Cardosos - Ibititá (Irecê) - Chapada Diamantina e lá
viveu durante 15 anos absorvendo a magia do sertão, em contato
direto com a natureza que enfeitiçou seu espírito poético acrescentando
ao talento com o qual nascera mais profundidade.
Com o pai que o alfabetizou aos três anos pode colher informações
importantes, ouvir histórias sobre a literatura de cordel que
o apaixonou e criar dentro de si a poesia que mais tarde viria
a extravasar fascinantemente.
Em frente à energia silenciosa encontrou campo propício para nutrir
o espírito de beleza e encanto, enriquecendo o talento ainda em
formação, absorvendo a pujança de tudo que descobria ao redor.
Aos 15 anos chegou na capital, quando Brasília ainda estava nos
primeiros anos oferecendo seu encanto sedutor e exótico que conquistou
a alma de artista do jovem.
Na capital da república encontrou campo para seus sonhos e vontade
de aprender cada vez mais buscando o conhecimento que seu talento
ansiava poderosamente e começou a participar de todos os movimentos
que como pintor de almas necessitava para transformar o artista
nato naquele que viria a expandir essa arte em descrições poéticas,
principalmente no cordel, estimulado pela pesquisa da Literatura
brasileira e universal, particularmente pela história baiana e
brasiliense e pelo folclore nas figuras de Lampião, Corisco, Padre
Cícero, Canudos, coronelismo, Horácio de Matos, Manoel Quirino,
Revoltosos/Coluna Prestes, Cordel do sertão nordestino.
Sua formação eclética iniciou-se na própria Universidade onde
se infiltrou em todos os movimentos estudantis importantes.
Autor de 9 livros expandiu em letras seu amor profundo pela terra
e pelas pessoas em poemas e compondo a seu modo erudito e ao mesmo
tempo pessoal e popular, conquistando os leitores que tiveram
o privilégio de conhecer sua obra magistral.
O seu livro Phalábora foi selecionado como livro-destaque pela
ATL e pela Comissão Editorial Letras da Bahia e se destacou de
formas diversas na cultura do país.
A poesia do Poeta Gustavo Dourado é profunda e verdadeira pela
própria essência que emana. Possui mensagem, lirismo, beleza e
sabedoria. É poesia por si só. Bela e absorvente, sensível e fascinante.
Basta ser lida.
Nada passa despercebido a esse poeta que se destacou em todos
os ramos da arte, como autor , declamador, improvisador e repentista
participando de uma infinidade de recitais e sendo conhecido especialmente
na capital da república como o "Rei do Cordel".
Nessa categoria literária sua fonte de talento não tem limites
e se supera em versatilidade e competência, desde os temas mais
corriqueiros aos mais importantes e complexos.
Sua alma é exposta quando em versos de cordel, expõe sua alma
humanitária falando de Direitos Humanos:
" Direitos Humanos sempre
Devem ser prioridade
Sociedade mais justa
Com ação e liberdade
Com renda distribuída
Mais solidariedade...
E assim ele ressalta em cordel temas com extrema capacidade reconhecida
seja em artes, cultura ou nas necessidades essenciais da humanidade.
Precisavam todos sentir seu espírito, ler seus cordéis que são
em quantidade imensa, muitos dos quais ainda inéditos e que Gustavo
escreve com a facilidade do autor que sente sua obra e se sensibiliza
com a humanidade sem deixar de abordar com objetividade as crises
que o mundo atravessa.
O Rei do Cordel, Gustavo Dourado (Amargedom), não se destaca apenas
nessa importante categoria porque seu talento abrange poemas,
críticas, artigos, crônicas, peças teatrais, ensaios desde o mais
envolvente até mesmo o erótico com classe e maravilhosa harmonia,
em acordes perfeitos e melodiosos.
Gustavo Dourado, que além de artista das palavras é professor,
pós-graduado em gestão pública, foi presidente do Sindicato dos
Escritores de Brasília e cuja versatilidade é impressionante e
reconhecida, criando e coordenando no Distrito Federal atividades
lítero-culturais e envolvendo os leitores e o público com seu
dom que aumenta à medida que o tempo passa foi bastante influenciado
pelos modernistas, concretistas, neoconcretistas, cordelistas,
repentistas, experimentalistas e se aperfeiçoa a cada minuto de
sua vida.
A obra de Gustavo é extensa e compacta e o poeta irá cada vez
mais longe, como o horizonte que lhe espera. Longe já se encontra
pela extrema competência de seu trabalho e profundidade de talento
mas onde chegará?
Vânia Moreira Diniz
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