Cordel:
do sertão nordestino à contemporaneidade da Internet...
(Gustavo Dourado)
Os Doze Pares de França, O Pavão
Misterioso, Juvenal e o Dragão, Donzela Teodora, Imperatriz Porcina,
Princesa Magalona, Roberto do Diabo, Côco Verde e Melancia, João
de Calais, O Cachorro dos Mortos, A Chegada de Lampião no Inferno,
Viagem a São Saruê...São livros do povo(alicerçado no pensamento
do mestre Luís da Câmara Cascudo e deste poeta cordelista). Fontes
da Poesia Popular do Nordeste do Brasil.Alguns são adaptações
e recriações do romanceiro europeu. Quintessências da Literatura
de Cordel.
Origens do Cordel
Cordel. Vem de corda, cordão, cordial, toca a alma e o coração.
Os folhetos eram expostos em cordões, lençois, esteiras, nas feiras,
praças, portas das igrejas, bancas e nos mercados.
Literatura de cordel, poesia de cordel, romance, folheto(s), arrecifes,
abcs, "folhas volantes" ou "folhas soltas","littèratue de colportage","cocks"
ou "catchpennies", "broadsiddes", "hojas" e "corridos"... São
nomes que a poesia popular recebeu ao longo do tempo, na Europa
e nos países latino-americanos, com mais destaque no Brasil, principalmente
no Nordeste.
No Brasil, o termo cordel foi consagrado como sinônimo de poesia
popular. O cordel apresenta-se em narrativas tradicionais e fatos
circunstanciais, em folhetos de época ou "acontecidos".
As origens da literatura de cordel estão na Europa Medieval.Tem
suas bases na França(Provença), do século XI e posteriormente
na Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Holanda e Inglaterra.
Chegou ao Brasil Colônia com os navegadores portugueses, depois
incorporou a poética nativa do índio, a criatividade e o ritmo
da poesia do negro, dos vaqueiros e tropeiros(o aboio).Tornou-se
um ritmo sertanejo-tropical, integrando-se a outros ritmos como
o baião, o xote, o xaxado e o forró. Ganhou uma característica
especial com o advento da xilogravura, na ilustração das capas
de milhares de folhetos. Alguns xilogravurisatas se destacaram:
J. Borges, Dila, Samico, entre outros.
Polêmica e complexidade dos ciclos temáticos.
Os principais temas e ciclos do cordel abordam assuntos diversos(síntese
de classificaçãoes):
abcs; pelejas, cantorias e desafios; religiosidade; costumes;
romances; história(estórias); circunstância(s), heroísmo(façanhas,
grandes feitos); cavalaria(vaqueiros, bois, cavaleiros,tropeiros);
valores, moral e ética; atualidades; fatos e acontecidos; sociais
e noticiosos, propaganda; louvações; conselhos e exemplos; fantasias(fantástico,
maravilhoso); profecias, apocalipse e fim do mundo; biografias
e personalidades; poder, estado e governo; política e corrupção;
intempéries e fenômenos da natureza (secas, inundações, maremotos,
terremotos, furacões, tempestades); crimes; coronelismo; cangaço;
valentia e bravura; banditismo e jagunçagem(Lampião, Maria Bonita,
Antônio Silvino, Corisco e Dadá, Sinhô Pereira, Jesuíno Brilhante,
Quelé do Pajeú, Lucas de Feira, Volta Grande, Horácio de Matos);
Padre Cícero(Coronel e "Santo" do Juazeiro); Frei Damião; Getúlio
Vargas(Estado Novo, conquistas trabalhistas);Antônio Conselheiro(Canudos);
Coluna Prestes e Revoltosos; Juscelino Kubitschek(construção de
Brasília); Lula; papas e santidades; televisão e cinema; artistas
e personalidades; ciência e tecnologia; Internet; crítica e sátira;
espertezas; humor; obscenidade, putaria e sacanagem(pornocordel);
assombração; terrorismo(atentados) e guerras(guerrilhas); modernidade
e contemporaneidade; entre outros menos conhecidos e ainda não
catalogados etc.
Classificação temática do cordel, por Ariano Suassuna:
Erudito:
1) "Ciclo heróico, trágico e épico;
2) Ciclo do fantástico e do maravilhoso;
3) Ciclo religioso e de moralidades;
4) Ciclo cômico, satírico e picaresco;
5) Ciclo histórico e circunstancial;
6) Ciclo de amor e de fidelidade;
7) Ciclo erótico e obsceno;
8) Ciclo político e social;
9) Ciclo de pelejas e desafios."
Popular:
1) Romances de Amor;
2) Romances de Safadeza e Putaria;
3) Romances Cangaceiros e Cavalarianos;
4) Romances de Exemplo;
5) Romances de Espertezas, Estradeirices e Quengadas;
6) Romances Jornaleiros;
7) Romances da Profecia e Assombração.
Os cinco temas mais freqüentes na classificação popular da literatura
de cordel são so seguintes: romance, desafio, valentia, encantamento
e gracejo. Ariano Suassuna classifica sinteticamente a literatura
de cordel nos seguintes ciclos temáticos:
histórico, heróico, moral/religioso, satírico e maravilhoso, entre
outras variações.
Gilmar de Carvalho, pesquisador do cordel e professor da Universidade
Federal do Ceará opina sobre os ciclos temáticos da literatura
de cordel.
Segundo ele: "a divisão em ciclos não é a forma mais adequada
para se encaixar esta fértil produção cultural - além de reducionista,
a classificação empobrece a compreensão real do cordel. Para efeito
didático, no entanto, é possível apontar alguns dos temas presentes
com maior intensidade nos livretos, bem como os mais representativos
para o Estado: a religiosidade, o cangaço e a seca, por exemplo,
além de personalidades recorrentes como Padre Cícero e Antônio
Conselheiro". "São temas que refletem a nossa realidade, contaminados
pela nossa visão de mundo", explica o pesquisador.
Classificação de Liêdo Maranhão
:
I - Folhetos :
1) de conselhos
2) de eras
3) de santidade
4) de corrupção
5) de cachorrada ou descaração
6) de profecias
7) de gracejo
8) de acontecimentos
9) de carestia
10) de exemplos
11) de fenômenos
12) de discussão
13) de pelejas
14) de bravuras ou valentia
15) de ABC
16) de Pe. Cícero
17) de Frei Damião
18) de Lampião
19) de Antônio Silvino
20) de Getúlio
21) de política
22) de safadeza e putaria
23) de propaganda
II - Romances:
1) de Amor
2) de Sofrimento
3) de Luta
4) de Príncipes, Fadas e Reinos Encantados
Análise do professor Eduardo Ditahy
Sobre a temática do cordel o professor Eduardo Diatahy, da Universidade
Fedral do Ceará, foi enfático: "A quase unanimidade dos que se
debruçaram sobre a Literatura de Cordel - ou «Literatura Oral»,
como querem Câmara Cascudo e outros folcloristas nas pegadas do
estudioso francês Paul Sébillot - propôs uma classificação por
temas do material que compõe esse gênero de produção da cultura
popular nordestina. Ditahy explicita que "uma das raras exceções
nesse domínio foi a de Mário de Andrade que, em seu curto ensaio
«O Romanceiro de Lampeão», limitou-se a constatar, nisso porém
simplificando demasiadamente as coisas: "O cantador nordestino
tem duas formas principais de poesia cantada:
o Desafio e o Romance." Complementa o mestre cearense Eduardo
Ditahy: "nesse terreno, tudo se passa como se, à primeira vista,
o estudioso quisesse demonstrar a sua competência rejeitando as
tipologias dos demais e construindo a sua própria classificação
mediante alguns arranjos e acréscimos.
Ditahy conclui citando vários pesquisadores: "assim, vamos encontrar
classificadores em Leonardo Mota, Câmara Cascudo, Manuel Diégues
Jr., Alceu Maynard, M. Cavalcânti Proença, Orígenes Lessa, Roberto
C. Benjamin, Carlos Alberto Azevedo, Hernâni Donato, Raymond Cantel,
etc. E ainda posso destacar dois outros casos curiosos. Um, o
de Liedo Maranhão de Souza , que tomou a sábia decisão de dar
a palavra, na matéria, aos poetas e agentes da Literatura de Cordel,
produzindo algo que tem o mérito de apresentar a linguagem e a
visão do povo, mas que é pouco útil como instrumento de análise
por sua extensão e inconsistência lógica (e, talvez, eu dissesse
melhor: por sua redundância)", arremata Ditahy emn sua análise
sobre os ciclos do cordel.
Mitologia e Trovadorismo...
A Literatura de Cordel, mais que centenária no Brasil(ultrapassou
cem mil títulos publicados, segundo Joseph Luyten), tem suas origens
ocidentais e pré-medievais,no universo poético de Provença, França,
com os trovadores albigens (com destaque para Arnaud Daniel, Bertran
de Born, Guiraut de Bornelh e Rimbaud Daurenga).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Proven%C3%A7al
Entre os trovadores portugueses, precursores da Literatura de
Cordel e do Repente, vêm-me à memória Martim Soares e Paio Soares
de Taiverós, além dos célebres reis-trovadores Dom Diniz e Dom
Duarte.
As influências sobre o cordel e a poesia popular contemporânea
são multidiversas: desde a poesia mesopotâmica árabe-fenício-semítica,
mediterrânea, hindu e persa, à poética egípcio - caldaica – hebréia
– greco - latina e afro - indígena...
Não se pode esquecer a influência bíblica(Salmos de Davi, Provérbios
de Salomão, Cântico dos Cânticos, Apocalipse), do Lunário Perpétuo,
enciclopédias, dicionários, almanaques, dos grandes livros religiosos
e belos cânticos de todos os tempos, presentes nas diversas civilizações
ao longo do processo histórico.
Os chineses e indianos devem ter tido significativa influência
nas origens e desenvolvimento da poesia popular, por sua antigüidade
e por tantos escritos primordiais como os Vedas, Gita, Upanishads,
Mahabarata, Ramayana, I Ching, o Zen e o Tão – Te - King, via
Confúcio, Lao-Tse, Buda, Krishna, Rama e outros sábios do velho
e mágico Oriente, tão incompreendido pela cultura ocidental.
A Poesia de Cordel demonstra a sua força e pujança na expressão
ibero-lusitana - afro - brasilíndia e galego - castelã...Sem esquecer
da verve provençal e italiana(latina). Os romanos com suas epopéias
fecundaram a semente da poesia ocidental, herdada dos gregos,
etruscos, celtas, gauleses, bretões, normandos, nórdicos e dos
povos bárbaros da antiga Europa, Ásia e África.
Foi nesse espaço mitológico que surgiu a poética mágica de Dante
e a verve inventiva do mestre Leonardo da Vinci e dos grandes
artistas italianos. Entretanto, foi na Espanha de Quevedo e Cervantes(Quixote)
e em Portugal de Pessoa, Camões e Gil Vicente, que o cordel ganhou
feição popular e postura lítero-poética.
É na poesia cavalheiresca e trovadoresca que o cordel se inspira
e alimenta-se de forma histórica, principalmente a partir dos
Doze Pares da França(que retrata os tempos do Imperador Carlos
Magno), das gestas e epopéias, dos bardos, apodos, Templários,
da Távola Redonda do Rei Arthur, de El Cid, O Campeador, dos cavaleiros
e cruzadas e da obra monumental de Camões e Cervantes, ambos influenciados
por Dante Alighieri e por toda a tradição popular da oralidade
greco-latina-ibero-lusitana.
Os trovadores foram os principais precursores e alicerces para
a futura Literatura de Cordel nos países de língua portuguesa,
principalmente no Nordeste do Brasil, a partir de Salvador-Bahia,
dos portos marítimos e do Rio São Francisco, até chegar em Campina
Grande, Caruaru e Juazeiro do Norte, onde criou raízes e imortalizou-se
na verve dos poetas cordelistas e cantadores repentistas.
Não se pode esquecer o papel do boi(ciclo do gado), dos bandeirantes,
dos jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, do negro(batuque,
orixás, terreiros, candomblé), dos índios, caboclos, mamelucos,
cafusos, mulatos, garimpeiros, aventureiros, lavradores, vaqueiros
e tropeiros: disseminadores de costumes, falas e dialetos pelo
vasto Sertão, da poesia regional e universal.Os poetas cantam
a sua aldeia e desencantam os uni.versos.
A Literatura de Cordel foi enriquecida pela criatividade e maestria
de Gil Vicente, Camões, Rabelais, Gregório de Matos, Bocaje, Castro
Alves, Gonçalves Dias, Cervantes, José de Alencar, Tobias Barreto,
Catulo da Paixão Cearense, Juvenal Galeno, Ascenso Ferreira, além
da contribuição incomensurável dos trovadores provençais e do
romanceiro medieval.
Pesquisa, influências e confluências...
O cordel ganhou o mundo por meio do estudo, pesquisa e divulgação
de mestres, leitores, amantes e pesquisadores da cultura popular,
nomes como: Luís da Câmara Cascudo, Leonardo Mota, Manuel Diégues
Jr, Ariano Suassuna, Rodrigues de Carvalho, Gustavo Barroso, Átila
de Almeida, José Alves Sobrinho, Manoel Florentino Duarte, Rogaciano
Leite, Jorge Amado, Glauber Rocha(pai do Cinema Novo), João Cabral
de Melo Neto(Morte e Vida Severina), Rachel de Queiroz(O Quinze),
José Américo de Almeida(A Bagaceira), José Lins do Rego(Fogo Morto),
Graciliano Ramos(Vidas Secas), Mário de Andrade(Macunaíma), Sebastião
Nunes Batista, Veríssimo de Melo, Sílvio Romero, Tobias Barreto,
Vicente Salles, Alceu Maynard, Cavalcanti Proença, Roberto Benjamin,
Carlos Alberto Azevedo, Hernâni Donato, Liêdo Maranhão de Souza,
Téo Azevedo, Orígenes Lessa, Mário Lago, Américo Pellegrini Filho,
Jerusa Pires Ferreira, Sebastião Vila Nova, Ruth Brito Lemos,
Gilmar de Carvalho,
Raymond Cantel, Joseph Luyten, Mark Curran, Paul Zumthor, Candace
Slater, Ria Lemaire, Silvie Raynal, Silvie Debs, Martine Kunz,
Ronald Daus,Silvano Peloso, Zé Ramalho, Soares Feitosa(Jornal
de Poesia),Ribamar Lopes, José Erivan Bezerra de Oliveira,Fausto
Neto,Teófilo Braga, J. de Figueiredo Filho, Eduardo Diatahy de
Menzes, Francisca Neuma Fechine Borges, Antônio Augusto Arantes,
Ruth Brito, Maria de Fátima Coutinho, Rodrigo Apolinário( Cordel
Campina), Maria Edileuza Borges, Alda Maria Siqueira Campos, Alícia
Mitika Koshiyama, Maristela Barbosa de Mendonça, Mª José F. Londres,
Patrícia Araújo, Doralice Alves de Queiroz, Esmeralda Batista,
Viviane de Melo Resende, Márcia Abreu, Assis Ângelo, A.M Galvão,
V.M Resende,Shirlley Guerra, Maria Julita Nunes e tantos outros
destaques do mundo culturaliterário.
Renomados criadores das artes e da literatura brasileira foram
influenciados pelo cordel. Saliento os principais que me recordo:
Ariano Suassuna, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Jorge Amado,
Graciliano Ramos, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz,
Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Dias
Gomes, João Ubaldo Ribeiro, Orígenes Lessa, Cora Coralina, Carlos
Drummond de Andrade, Paulo Freire, José Nêumane Pinto e tantos
outros criadores significativos.
Na música, além de Villa-Lobos, a presença do cordel é marcante
em Luiz Gonzaga, Elomar, Zé Ramalho, Raul Seixas, Antônio Nóbrega,
Quinteto Violado, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Ednardo, Xangai,
Fagner, Elba Ramalho, Belchior, Caçulinha, Mário Zan, Zeca Baleiro,
Lenine, Chico Science, Chico César, Amelhinha, Juraíldes da Luz,
Chico Buarque, Geraldo Vandré, João do Vale, Jackson do Pandeiro,
Jorge Mautner, Tom Zé, Dominguinhos, Oswaldinho, Clodo, Climério
e Clésio(Os Irmãos Ferreira do São Piauí e de Brasília), Sivuca,
Zé Gonzaga, Marinês, Hemeto Paschoal, Pixinguinha, Cartola, Noel
Rosa,Ary Barroso, Vital Farias, Genival Lacerda,Diana Pequeno,
Roberto Correia, Nando Cordel, Cordel do Fogo Encantado,Castanha
e Caju, Cegas de Campina Grande, Jorge Antunes, Anand Rao, Argemiro
Neto, Genésio Tocantins, Paulinho Pedra Azul, Beirão, Waldonys,
Robertinho do Acordeon,Zé Calixto, Arlindo dos Oito Baixos, Gérson
Filho, Pedro Sertanejo, Furinchu, Chiquinho do Acordeon, Torquato
Neto, Capinan, Pessoal do Ceará, Gilberto Gil, Jorge Mautner,
Maria Betânia, Vinícius de Moraes, Milton Nascimento, João Gilberto
e Caetano Veloso. Só para lembrar alguns nomes expressivos. A
lista é quilométrica.
Mitos e precursores
Convém ressaltar figuras de destaque, mistura de cordelistas e
cantadores como o lendário "Zé Limeira", fabuloso e fantástico
Poeta do Absurdo, de Orlando Tejo e o inesquecível mestre Patativa
do Assaré, da Triste Partida e tantas chegadas... Há ainda os
semeadores Ugolino de Sabugi(primeiro cantador que se conhece),
Nicandro Nunes da Costa, Silvino Pirauá, Germano da Lagoa, Romano
da Mãe D´Água, Cego Aderaldo, Cego Oliveira, Zé da Luz, Fabião
das Queimadas, Zé de Duquinha, Caraíba de Irecê, Otacílio e Lourival
Batista, Ivanido Vilanova, Pinto do Monteiro, Pedro Bandeira,
Raimundo Santa Helena, Oliveira de Panelas, Azulão, Franklin Machado
Nordestino e Cuíca de Santo Amaro. São símbolos que me vem de
repente à memória.
Não posso esquecer de figuras mí(s)ticas do universo sertânico
do cordel: Lampião, Maria Bonita, Corisco, Antônio Silvino, Jesuíno
Brilhante, Quelé do Pajeú, Lucas de Feira, Sinhô Pereira, Antônio
das Mortes, os dragões da maldade, os santos guerreiros, beatos,
jagunços, coronéis, cabras da peste, personagens glauberianos
e cinematográficos...
Presença no Brasil: do sertão às grandes cidades
No Brasil, o cordel ganhou estatura poética na Região Nordeste
do Brasil, pelas bandas do Polígono das Secas, Vale do São Francisco,
Sertão do Cariri, dos Inhamuns, do Pajeú, Serra de Santana, Serra
da Laranjeira, a mítica Serra do Teixeira(Olimpo da Poesia), Campina
Grande(Capital do Cordel), João Pessoa,Vales do Jaguaribe,Parnaíba,
Gurguéia; Chapada Diamantina, Chapada do Apodi,Serra da Borborema,
Chapada do Corisco, Caruaru, Juazeiro do Norte, Crato, Crateús,
Limoeiro, Recife/Olinda, Fortaleza, Salvador, Serra Talhada, Quixadá,
Qixeramobim, Cabrobó, São José do Egito, Patos, Piancó, Umbuzeiro,
Penedo, Aracaju, Oeiras, Picos, Imperatriz, Pedreiras, Catolé
do Rocha, Monteiro, Sumé, Serra Branca, Bezerros, Surubim, Mossoró,
Caicó, Aracati,Paulo Afonso, Feira de Santana, Juazeiro, Petrolina,
Teixeira,Irecê/Jacobina, Barra, Morro do Chapéu, Bom Jesus da
Lapa, Senhor do Bonfim,Uauá, Chorrochó, Maceió, Natal, São Luís,
Cachoeira dos Índios, Terezina, Parnaíba, Belém, Ilhéus, Itabuna,
Canindé, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Ingazeira, Quebrângulo,
Santarém, Ipirá, Irará, Canudos, Monte Santo, Sertânia, Jequié,
Vitória da Conquista, Ibititá, Canarana, Lapão, Recife dos Cardosos,
Pirapora, Anápolis, Montes Claros, Rio, São Paulo,Campinas,Diadema,Brasília
/Ceilândia/Taguatinga/Gama e pela vastidão das metrópoles, dos
campos, fazendas, roças, lugarejos, povoados, arraiais, arrabaldes,
vilas, vielas, pés de serra e cidadelas da caatinga e do agreste.
Francisco Chagas Batista publicou um folheto, no ano de 1902,
em Campina Grande, que está catalogado na Casa de Rui Barbosa
- no Rio de Janeiro. É registrado como o primeiro folheto de cordel
brasileiro publicado. Muito outros anteriores, se perderam na
poeira do tempo.
Por muitos desses caminhos andaram e foram lidos poemas dos vates
- poetas fenomenais: O condoreiro Antônio Frederico de Castro
Alves (uma espécie de precursor do cordel erudito e do improviso),
Silvino Pirauá de Lima( o introdutor do folheto de cordel no Brasil,
segundo Luís da Câmara Cascudo), Agostinho Nunes da Costa(um dos
pais da poesia popular no Nordeste), Leandro Gomes de Barros(um
dos principais cordelistas de todos os tempos, pioneiro-mor, publicou
centenas de folhetos), Ugolino de Sabugi(primeiro cantador), Francisco
Chagas Batista, Nicandro Nunes da Costa), Germano da Lagoa, Romano
de Mãe D´Água, Manoel Caetano, João Benedito, Manoel Cabeleira,
Diniz Vitorino, José Duda, Antônio da Cruz, Joaquim Sem Fim, Manuel
Vieira do Paraíso, Romano Elias da Paz, Manoel Tomás de Assis,
José Adão Filho, Lindolfo Mesquita, Arinos de Belém, Antônio Apolinário
de Souza, Laurindo Gomes Maciel, Rodolfo Coelho Cavalcante, Francisco
Sales Areda, Manoel Camilo dos Santos, Minelvino Francisco da
Silva, Caetano Cosme da Silva, Expedito Sebastião da Silva, João
Melquíades Ferreira da Silva, José Camelo de Rezende, Joaquim
Batista de Sena, Gonçalo Ferreira da Silva, Teodoro Ferraz da
Câmara, José Albano, João Ferreira de Lima, José Pacheco, Severino
Gonçalves de Oliveira, Galdino Silva, João de Cristo Rei, Zé Mariano,
Antônio Batista, José Alves Sobrinho, Manuel Pereira Sobrinho,
Antônio Eugênio da Silva, Severino Ferreira, Augusto Laurindo
Alves(Cotinguiba), Moisés Matias de Moura, Pacífico Pacato Cordeiro
Manso, José Bernardo da Silva, Cuíca de Santo Amaro, João Martins
de Athaide, Apolônio Alves dos Santos, José Costa Leite, Antônio
Teodoro dos Santos, José Cavalcante Ferreira(Dila), Francisco
Gustavo de Castro Dourado, Manoel Monteiro, Abraão Batista, J.Borges,
Zé da Luz, Arievaldo e Klévisson Viana, Zé Soares, Zé Pacheco,
João Lucas Evangelista, Amargedom, Joăo de Barros, Zé de
Duquinha, Carolino Leobas, Elias Carvalho, Zé Maria de Fortaleza,
Audifax Rios, Adalto Alcântara Monteiro, Cunha Neto, João Firmino
Cabral,José Antônio dos Santos, Pedro Alves da Silva, José Marins
dos Santos, Manoel Serafim, Francisco Queiroz, Ary Fausto Maia,
Toni de Lima, Bráulio Tavares, Téo Azevedo, Stênio Diniz, Josealdo
Rodrigues, José Hélder França, Elói Teles, Luiz Augusto Bitu,
Antônio Lucena, Geraldo Gonçalves de Alencar, Hélvia Callou, Edmilson
Santini, Eugênio Dantas de Medeiros, Jomaci e Jandhuir Dantas,
Francisco de Assis, Paulo de Tarso, Francisco Morojó, Pedro Osmar,
Geraldo Emídio de Souza, Olegário Fernandes, Zé Antônio, Pedro
Américo de Farias, Marcelo Soares, Jair Moraes, João Pedro Neto,
Francisca Barrosa, Lourdes Ramalho, Tindinha Laurentino, Maria
da Piedade Correia - Maria Diva Guiapuan Vieira, Vânia Diniz,
Lilian Maial, Vânia Freitas, Cora Coralina, José Leocádio Bezerra
e diversos nomes recorrentes no fantástico cosmos cordelista.
Poetas significativos do passado e da atualidade, entre tantos
baluartes da Poesia Popular e do Romanceiro do Cordel.
Cordel na Internet.
Amargedom, Almir Alves Filho, Anízio Guimarães, Benedito Generoso
da Costa, Daniel Fiuza, Domingos Medeiros, Francisco Egídio Aires
Campos(Mestre Egídio), Gonçalo Ferreira da Silva, Guaipuan Vieira,
F.G C.Dourado, Jesssier Quirino, Jandhuir Dantas, José de Souza
Dantas, Lenísio Bragante de Araújo, Rubênio Marcelo, César Obeid,
Walter Medeiros (Todos os últimos citados são publicados constantemente
na Internet). Divulgam seus trabalhos nas páginas da Web com relativa
freqüencia e constantes atualizações.
O cordel tem presença constante no mundo virtual.Além de centenas
de cordelistas que divulgam os seus trabalhos na Internet, temos
até a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no
Rio de Janeiro e composta por seleto quadro de acadêmicos de boa
qualidade.
Há pouco surgiu um dos melhores sites sobre o Cordel na Internet:
O Cordel Campina, coordenado por Rodrigo Apolinário, em Campina
Grande, Meca sertaneja da poesia popular e berço de célebres poetas
e cantadores repentistas.
http://www.cordelcampina.cgonline.com.br
O cordel subsiste,sobrevive, apesar das idiossincrasias, intempéries,
dificuldades e antropofagias da Indústria cultural midiática,
globalizante e da invasão cultural norte-americana...
São imprescindíveis a divulgação na mídia e na web, distribuição
eficiente,abertura de espaços e fóruns de discussão e de publicação
de textos de cordel, de autores tradicionais e contemporâneos,
para dinamização do movimento da Poesia Popular Universal...
A Internet é um espaço primordial e dinamizador de nossa literatura
popular.
Cordel no Planalto Central do Brasil.
Quem quiser conhecer um pouco sobre a poesia popular e apreciar
a minha criação em cordel, visite:
www.gustavodourado.com.br/ cordel.htm
www.gustavodourado.com.br/patriciaaraujo.htm
www.gustavodourado.com.br/CordelnaInternet.htm
http://www.cronopios.com.br/site/colunistas.asp?id_usuario=32
http://www.gargantadaserpente.com/cordel/
www.triplov.com/poesia/gustavo_dourado/
www.vaniadiniz.pro.br/realese_gustavo_dourado.htm
www.saladepoetas.eti.br/efigenia/amigos_homens/dourado.htm
www.viafanzine.yan.com.br/cordel.htm
www.se.df.gov.br/gcs/file.asp?id=3744
www.gustavodourado.com.br/ Cordel%20e%20cinema.htm
www.abrali.com/020cordel/014008gustavo_dourado/014008cordel_index_gustavo_dourado.html
http://cordel.zip.net
Veja também:
http://www.cordelcampina.cgonline.com.br/index_2.htm
http://www.ablc.com.br
www.ablc.com.br/cordeldavez/cordeldavez.htm
http://www.secrel.com.br/jpoesia/cordel.html
www.camarabrasileira.com/cordel.htm
www.gustavodourado.com.br/cordelinks.htm
www.observatorio.unesco.org.br/comum/view=noticia&cod=7
*Biobibliografia de Gustavo:
www.gustavodourado.com.br/biografia.htm
www.gustavodourado.com.br/biobliografia.htm
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